Olá, pessoal do Projeto Literário! Tudo bem? Aqui quem fala é a Mrs Days e hoje vou trazer uma entrevista com uma das contribuintes do blog, Lali, e sua história, Farce.
Sinopse: Em 13 de Novembro de 2015, um grupo de terrorista invadiu o restaurante francês Le Petit Cambogde, marcando para sempre a história de Paris. Naquele ato de radicalismo, muitas vidas foram alteradas. A minha foi uma delas.
Sempre sofri preconceito por ser transgênero, sentia-me inferior aos
demais homens, mas, com o apoio de Chloé LeClaire, meu grande amor, e da
família, consegui superar esse trauma. Todas as metas que planejei até
então estavam quase cumpridas, no entanto, naquela noite, tudo mudou.
1 – Olá, Lali. Como está? Pode dizer o seu nome, idade, onde mora e com quantos anos começou a escrever?
Olá! Tudo ótimo, obrigada por perguntar! Sou a Laís, tenho 22 anos e moro no Rio de Janeiro. Comecei a escrever aos 12 anos, ainda em comunidades no Orkut, mas, quando terminei a história, aos 14, fiquei sem escrever até os 20. Nesse período, eu escrevia só cenas ou alguns possíveis diálogos que eu poderia ter trocado alguma situação de meu dia a dia.
2 – Como foi o seu início no mundo das fanfics? Como você conheceu e como conseguiu os números de comentários e favoritos que possui hoje?
Como eu disse anteriormente, minha primeira fanfic foi no Orkut, de Harry Potter, com a Hermione e o Harry, mas, excluí o tópico na comunidade sem querer, resolvi postá-la na categoria de Colírios da Capricho. Lá foi onde tive mais leitores, alcançando 200 em menos de dez capítulos. O retorno era muito positivo, apesar da história ser um enorme clichê. Conheci as fanfics em tópicos das comunidades no Orkut, diziam “continue a história” e cada um postava uma parte. Era bem divertido. Então surgiram as comunidades para que nós mesmos postássemos as próprias histórias. Foi nesta mesma época que apareceram os sites especializados, tais como FanficObsession, All Time Fics, etc., e ocorreu aquele “boom” das fanfics interativas, como Biology, acredito que seja a mais famosa e “a escola” de toda autora.
3 – De onde surgiu a ideia para Farce?
No dia em que aconteceu o atentado de 13 de novembro no Le Petit Cambodge, em Paris, eu pensei “Nossa! Quantas vidas foram drasticamente alteradas por uma atitude extremista.”. Fiquei me perguntando como estavam os sobreviventes e o tamanho do trauma que seria. Então, pensei “e se eu criasse uma das possíveis histórias que foram interrompidas pelo ataque?”, e a ideia surgiu.
4 –Qual foi a maior dificuldade com o enredo e o de fato estava decidido desde o início?
Cara, foi muito difícil. Porque, embora minha primeira história tenha sido longfic, eu estava habituada a escrever shorts. Bolei o enredo de Farce para ser desenvolvido em dez capítulos. No entanto, enquanto o escrevia, percebi que não daria tempo de tudo acontecer, sendo assim, acabei o aumentando para vinte e, mais uma vez, para vinte e cinco. Atualmente, não vejo mais nenhum tipo de alteração necessária. Acredito que, exatamente como está, a história consiga ter início, meio e fim coerente.
5 – No processo de planejar e escrever a fic muita coisa mudou?
Na verdade, não. Sempre me mantenho muito fiel às minhas vontades. Por mais que sugiram uma coisa ou outra, sempre acato aos meus instintos. A única alteração foi a viagem à Marselha, mas não foi algo que modificou o rumo do enredo principal, acredito que tenha o enriquecido, inclusive.
6–Você pretende fazer uma continuação ou algo especial quando alcançar um determinado número de comentários/capítulos?
Eu já pensei em escrever um spin-off com a visão de um dos terroristas e sua motivação, porém, até então, não tenho nada certo. Contudo, fazê-lo não me depende de comentários ou favoritos, será mais pela minha disponibilidade de tempo ou não.
7 – Em quem você se inspira para escrever? Pode ser autora de fanfic ou de livros.
As pessoas me julgarão agora, mas... não gosto de ler. Não existe ninguém em que me inspire, no caso. Escrevo me baseando em mim mesma e nos meus conceitos de certo ou errado. Apesar de adorar a escrita da Rachel Wilde, autora de Red, e querer um dia escrever algo tão delicadamente detalhado quanto ela.
8 – Qual foi a história em que você mais teve dificuldade?
Sem sombra de dúvidas foi o conto Unmögliche Liebe, Amor Impossível em português. Nele, o narrador conversava com o leitor; falava na segunda pessoa do plural; e, ainda por cima, os protagonistas eram objetivos inanimados, o que nunca fiz em toda a minha vida. Achei supercomplexo e trabalhoso, mas sou apaixonada pelo resultado.
9 – E qual é a história que você mais gostou de escrever? Por quê?
Minhas histórias são como minhas filhas, não consigo escolher uma só. Direi duas com as quais o carinho mais perdura, ok? Amputado e Farce.
Tenho para mim que nossas histórias são capazes de modificar conceitos e influenciar drasticamente no que os leitores acreditam. Sendo assim, Amputado rompe os preconceitos aos deficientes físicos e mostra aos próprios afetados que mudança não é, necessariamente, algo ruim. Já Farce trata de um tabu, o qual até hoje ainda é muito grande, que é a transexulidade, as controvérsias do amor entre mãe e filho e o trauma árduo de um atentado. Gosto de causar reflexão nas pessoas e acredito que essas histórias façam bastante isso.
10 – Qual é a maior diferença e a maior semelhança entre a sua primeira história e a mais atual?
Classificação etária, ahahahaha. “Apenas Amigos?”, minha primeira história, era de classificação livre, por conta disso, era mais delicada, pura e leve. “Pomme”, a mais recente, é para maiores de dezoito anos e releva o lado secreto da indústria pornográfica no mundo. É mais densa, triste e intensa.
11 – Qual é a sua maior qualidade como autora? E o seu maior defeito?
Acho que a minha maior qualidade é a mensagem subentendida em cada história, meu intuito de “ensinar” de forma sutil sobre valores, enaltecer minorias e ter uma boa gramática. Enquanto o maior defeito é ser extremamente preguiçosa. Aliás, tenho vários defeitos, sou exigente demais com as minhas histórias; só posto os capítulos se realmente amá-los, por isso, muitas vezes, enrolo séculos para atualizar alguma fanfic; enjoo rápido dos meus enredos; ..., poderia ficar horas listando, sinceramente.
12 – Seus parentes sabem que você escreve? Como lidam com isso?
Minha mãe acha coisa de desocupado, ahhahaha. Não tenho muito apoio familiar à escrita, todos tratam como um enorme hobby que jamais será interpretado como profissão.
13 – Já pensou em seguir a profissão de escritora ou isso é apenas um hobby?
Como já dizia Inês Brasil, “seria o meu sonho?”. Sou apaixonada por escrever, escrevo compulsivamente todos os dias. Ser escritora uniria todos os meus conflitos financeiros e minha paixão, então, sim, sempre penso, mas enxergo como um sonho. Espero um dia poder realizá-lo.
14 – Como é a sua relação com seus leitores?
Maravilhosa! Respeito e valorizo qualquer um deles. Não me importo com o tamanho do comentário, nem com o número deles. Fico toda serelepe quando alguém diz que leu alguma história minha e se apegou a ela. Isso não tem preço, para mim. Respondo a todos com muito carinho e sinceridade.
15– Como são construídos os seus personagens? A partir de alguém ou você os cria do zero?
Que pergunta difícil. Todos os meus personagens têm fragmentos meus, mas, geralmente, o traço de personalidade deles vem de acordo com a coerência do enredo. Se for mais forte, arrisco em algo mais ácido, se for mais delicado, opto por mais sentimental... Vejo o que fica mais harmônico com a história.
16 – Tem ideia para alguma história futura? Pode nos contar um pouco?
Ideia é o que eu mais tenho. Meu projeto mais próximo se chama “Reacender” e conta a história de uma mulher, de quarenta anos, que, após ser traída e deixada pelo marido, perde o chão. O filho de sua melhor amiga, vinte anos mais novo, apaixona-se por ela e tenta, de todas as formas possíveis, mostrá-la o quanto ela ainda é forte e, o que dá o nome à história, reacender os vestígios de autoestima enquanto mulher. Será postada com Shawn Mendes no Spirit Fanfics e como original no Wattpad.
17 – E, por último, como você lida com críticas, sendo positivas ou negativas, e qual conselho você daria para as novas autoras sobre isso?
Com toda a minha sinceridade, esforço-me ao máximo para ver o melhor na opinião alheia. Se o leitor interpreta uma conduta de tal personagem errada, procuro buscar o porquê daquilo e como transpareci aquilo a ele. Quando reclamam de algo na escrita, vejo se cabe ou não a modificar. E, quanto ao caminhar do enredo, penso em como aquela crítica modificaria o final da história e acato ou não. No entanto, sempre prezo a minha essência, se eu gosto de como está e estou confiante quanto às atitudes tomadas, não abro mão das minhas escolhas.
Para quem está começando agora, sugiro que encare as críticas sempre como um ensinamento. Se hoje consigo manter um enredo coerente, sem perder o foco e não me deixar levar pelos leitores, foi porque uma pessoa me deu esse toque e o carreguei para sempre. Críticas, quando construtivas, são essenciais para o amadurecimento da escrita. Todavia, sempre acredite em si mesmo e nos seus princípios. Só você conhece a sua história cegamente e sabe o melhor caminho para ela.
Link: https://www.wattpad.com/story/85598084-farce
Quero agradecer a Lali por ter concordado em abrir o nosso quadro de entrevista e informar que caso queiram participar é bem fácil. Se você tem aquela história, ou conhece alguma, que não tem tantos comentários ou favoritos quanto merece, venha pedir uma entrevista conosco.




LALI RAINHA DE TUDOOOOO
ResponderExcluirSocorro! Euzinhaaa
ResponderExcluireu quero ser a lali quando crescer
ResponderExcluirLali meu sonho e ser você sz
ResponderExcluirSocorro amei muito!!!
ResponderExcluirMUITO amor por Amputado ♡♡♡ Foi ótimo conhecer melhor a Lali ♡
ResponderExcluirSe eu já quero "Reacender"? QUERO MUITO SIM ♡ ♡ ♡ ♡ ♡
ResponderExcluirLaís é maravilhosa, não esperava menos dessa entrevista. Sempre tão carinhosa e criativa. Cria sempre os melhores enredos e tem a melhor escrita. Vai ser sempre a melhor das escritoras. ❤
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